segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Kassab confirma Parada Gay na Paulista; Inscrições para trios já estão abertas

Após a polêmica do pedido de plebiscito encaminhado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para se decidir através do voto popular se a Parada Gay continuaria ou não na avenida Paulista, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), reuniu-se com a direção da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (Cads) e reiterou a realização do evento no local em 2010.

No entender da Prefeitura e da Cads, não tem por que a Parada ser realizada em outro lugar, visto que, além de ser o cartão postal da cidade, mudar o local de realização poderia interferir negativamente no turismo. Também entendem que não há motivo que justifique a realização de um plebiscito para se decidir o endereço da manifestação. Tal posição conta com o respaldo do coordenador da Cads, Franco Reinaudo, e da Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), conforme já adiantado pelo A Capa.

Sobre os problemas de segurança ocorridos este ano, a direção da Cads disse à reportagem que já está estudando novas medidas e também maneiras de atrair as casas noturnas. Também estuda o horário, pois a rápida dispersão na Paulista - este ano às 16h já não havia mais trio elétrico na avenida - foi motivo de críticas de muitas pessoas. Ainda segundo o órgão, tudo está sendo pensado em parceria com a APOGLBT para que o evento no ano que vem seja realizado com qualidade e total segurança.

Inscrições para trios elétricos já estão abertas
Para agilizar o processo e evitar confusões em cima da hora, por meio de sua assessoria de imprensa, a APOGLBT informa que as inscrições para os trios elétricos para a Parada do Orgulho LGBT de 2010 já estão abertas. Os interessados em participar com trio na próxima Parada devem entrar em contato com a associação.

link
http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=9129&titulo=Kassab+confirma+Parada+Gay+na+Paulista%3B+Inscri%E7%F5es+para+trios+j%E1+est%E3o+abertas

Suplicy envia pedido de plebiscito sobre Parada Gay na Pauista

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) encaminhou ofício (nº 01244/2009) no dia 20 de julho à prefeitura de São Paulo com a sugestão de um eleitor: que se realize uma consulta pública para que os paulistanos decidam se a Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) deve, ou não, continuar na Avenida Paulista. O movimento GLBT rechaça a possibilidade de realização da consulta e cobra posicionamento do senador, que diz não concordar com o teor do e-mail que recebeu.

Parada do Orgho Gay 2007, na Avenida Pauista
Um cidadão encaminhou mansagem eletrônica ao senador Eduardo Suplicy pedindo que este tomasse providências para que se retirasse a Parada do Orgulho GLBT de São Paulo da Avenida Paulista. Entre os argumentos, o eleitor relata que durante a parada pôde reparar vários "homossexuais se agarrando pelas ruas e que crianças pequenas presenciavam tais cenas de imoralidade". Prossegue e afirma que o natural é pai e mãe. No e-mail, o cidadão aponta ainda que a realização da parada tem como saldo "inúmeros automóveis depedrados, excessos nas comemorações e estímulo ao consumo de álcool", e considera que isso "causou constrangimento aos cidadãos que trabalham na Avenida Paulista e arredores".

O intuito da mensagem eletrônica é fazer uma solicitação ao senador: que encaminhe à prefeitura de São Paulo uma proposta de plebiscito acerca da realização da Parada do Orgulho GLBT na Avenida Paulista. O senador atendeu ao pedido do eleitor. Como Suplicy participa da frente parlamentar de combate à homofobia, o movimento LGBT agora cobra seu posicionamento em relação à consulta.

Em resposta à proposta do plebiscito, a diretoria da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo), organizadora da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, emitiu no da 06 de julho ofício ao prefeito Gilberto Kassab, com cópia para a Subprefeitura da Sé e para a SEPP (Secretaria Especial de Participação e Parceria), solicitando que a manifestação continue a ser realizada na Avenida Paulista durante os próximos 10 anos. O documento inclui a cessão do Vale do Anhangabaú para sediar a Feira Cultural LGBT, no mesmo período. A presidência da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) emitiu ofíci siilar m17 e outubo, refoando o pedido feito pela APOGLBT na semana anterior. Em entrevista à revista "A Capa", o presidente da APOGLBT, Alexandre Santos, disse concuir, pelo ofício enviado à prefeitura, que o senador Suplicy concordava com o teor da mensagem que lhe foi enviada.


Suplicy: "sou a favor da Parada Gay"

O senador diz que se trata de uma conclusão precipitada. "Sou inteiramente a favor da Parada Gay, da qual muitas vezes tenho participado. Sou a favor da liberdade para a sua realização e tenho convicção que a maioria do povo de São Paulo também é", esclarece o parlamentar. Suplicy entende que o envio do ofício faz parte do seu papel de parlamentar: "quando um eleitor manda um documento e pede que seja encaminhado para a autoridade competente, eu encaminho, não quer dizer que concordo com os termos da carta".

Sobre a realização da consulta pública, o diretor de LGBT da União da Juventude Socialista (UJS), Denilson Batista, afirma que seria inconstitucional, pois a Constituição garante o direito de manifestação. O senador Suplicy diz estar de acordo com o argumento de Denilson e vai além: "esta consulta já está realizada, pela tão expressiva participação do povo de São Paulo e de todo o país [na Parada do Orgulho LGBT]".

Sobre o conteúdo do e-mail enviado ao senador, Denilson considera homofóbico, mas faz questão de esclarecer alguns dos questionamentos levantados pelo autor da missiva: "é natural que haja tumultos em atividades de grande aglomeração, especialmente neste ano, pois havia obras na Avenida Paulista e a prefeitura nos orbigou a ocupar apenas uma via". O jovem relata que foram contratados ao menos 10 mil seguranças pela organização da Parada do Orgulho LGBT deste ano e a Guarda Civil colocou dois batalhões em serviço exclusivamente para a manifestação.

3 milhões na Paulista

A primeira Parada Gay de São Paulo aconteceu em 1997 e reuniu 2 mil pessoas. De lá para cá, o movimento tem conseguido resultados surpreendentes e, em 2009, participaram do evento 3,1 milhões de pessoas, conforme o divulgado pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Para Denilson, a realização da Parada na Avenida Paulista é fundamental, pois garante a visibilidade pretendida pelo movimento.

Por Luana Bonone

Fórum paulista LGBT visita a sede da UNE


No último domingo, 23 de agosto, a sede da UNE recebeu ativistas do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Estado de São Paulo. As/os ativistas participaram de uma reunião do Fórum Paulista LGBT (www.forumpaulistalgbt.org). O Fórum é a rede que congrega os cerca de 20 grupos e ONGs do movimento no estado. O novo presidente da UNE, Augusto Chagas, estava cumprindo agenda no México e não pode participar da reunião, mas enviou saudações. Na ocasião, as/os ativistas discutiram temas como laicidade do Estado, políticas de redução de danos para usuários de drogas, patentes de medicamentos para portadores do vírus HIV, além de projetos de lei de combate a homofobia e o andamento das políticas de promoção da Cidadania LGBT no Estado de São Paulo. Tema polêmico debatido foi a influência do fundamentalismo religioso nas violações de direitos humanos ocorridas contra a população LGBT do Brasil. Somente em 2008, segundo dados do GGB, Grupo Gay da Bahia, 190 homossexuais foram assassinados no país.

No período da manhã, o Fórum conversou com Daniel Sotomaior, da ONG Brasil para Todos, sobre laicidade do Estado e retirada de símbolos religiosos de repartições públicas. A ONG foi responsável pela ação, que corre na 3ª Vara Federal do Estado, movida pelo Ministério Público, que pede a retirada de todos os símbolos religiosos das repartições públicas da União.

O Fórum também recebeu a visita do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que discutiu com as/os ativistas a tramitação dos projetos de lei de interesse do segmento no Congresso Nacional, além das políticas de drogas e medicamentos para portadores de HIV/AIDS. O deputado se comprometeu a ajudar o Fórum na articulação com os senadores para discutir a aprovação do PLC 122/06, em tramitação no Senado Federal, que torna crime a discriminação contra LGBT no país.

Alessandro Melchior, da Comissão Executiva do Fórum Paulista LGBT, informou que a UNE é a primeira entidade a receber a reunião itinerante do Fórum. “A idéia é visitar a UNE, centrais sindicais, sedes de outros movimentos sociais. Uma via de mão dupla, dessa forma, nós aproximamos as pautas”, conta o ativista.

Ao final da reunião, o plenário do Fórum ainda aprovou moção de congratulação à nova diretoria da UNE, em especial a nova diretora LGBT, Rídina Mota, e a nova direção da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

De São Paulo,
Denilson Junior

Em festa contra toda forma de preconceito


O sol forte do domingo foi um presente para a organização da 9ª Parada Livre de Santa Maria. Ele deu ainda mais brilho à festa que, tradicionalmente, é marcada pela presença de muitas bandeiras coloridas. Ontem à tarde, no Largo da Locomotiva, centenas de integrantes do Movimento GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) e simpatizantes participaram do encerramento da parada. No sábado, também ocorreram atividades ligadas ao evento, como debates e seminários em torno do tema “Sem Homofobia, Mais Cidadania!”.

Antes da festa no Largo da Locomotiva, foi feita a 2ª Caminhada Contra Toda Forma de Preconceito, que seguiu pela Rua do Acampamento. Os integrantes do Movimento GLBT carregavam cartazes que pediam respeito e o fim do preconceito.

– Estamos buscando nosso espaço. Junto com outros movimentos sociais, fizemos discussões que têm como objetivo fazer com nos olhem como cidadãos. Em nove anos, já avançamos muito, mas ainda é preciso lutar pela nossa igualdade – disse Marquita Quevedo, da comissão organizadora da Parada Livre.

De acordo com Marquita, além de Santa Maria, o evento teve presença de grupos vindos de Rosário do Sul, Júlio de Castilhos, São Gabriel, Cacequi, Cruz Alta, Bagé, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí e Porto Alegre.

A festa seguiu até o fim da tarde. Entre as atrações, houve show de uma banda punk, discursos de integrantes do Movimento Gay e show de drag queens. Para quem passou pelo Largo da Locomotiva, a festa foi um espetáculo de cor e alegria.

– Acho que não se pode ter preconceito. Eles têm direito a fazer a festa deles, e nós viemos prestigiar – afirmou a técnica de Enfermagem Micheline Moreira, que estava acompanhada da família.

Fonte: Diário de Santa Maria
Fotos: Luciele Alves Fagundes