segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Suplicy envia pedido de plebiscito sobre Parada Gay na Pauista

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) encaminhou ofício (nº 01244/2009) no dia 20 de julho à prefeitura de São Paulo com a sugestão de um eleitor: que se realize uma consulta pública para que os paulistanos decidam se a Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) deve, ou não, continuar na Avenida Paulista. O movimento GLBT rechaça a possibilidade de realização da consulta e cobra posicionamento do senador, que diz não concordar com o teor do e-mail que recebeu.

Parada do Orgho Gay 2007, na Avenida Pauista
Um cidadão encaminhou mansagem eletrônica ao senador Eduardo Suplicy pedindo que este tomasse providências para que se retirasse a Parada do Orgulho GLBT de São Paulo da Avenida Paulista. Entre os argumentos, o eleitor relata que durante a parada pôde reparar vários "homossexuais se agarrando pelas ruas e que crianças pequenas presenciavam tais cenas de imoralidade". Prossegue e afirma que o natural é pai e mãe. No e-mail, o cidadão aponta ainda que a realização da parada tem como saldo "inúmeros automóveis depedrados, excessos nas comemorações e estímulo ao consumo de álcool", e considera que isso "causou constrangimento aos cidadãos que trabalham na Avenida Paulista e arredores".

O intuito da mensagem eletrônica é fazer uma solicitação ao senador: que encaminhe à prefeitura de São Paulo uma proposta de plebiscito acerca da realização da Parada do Orgulho GLBT na Avenida Paulista. O senador atendeu ao pedido do eleitor. Como Suplicy participa da frente parlamentar de combate à homofobia, o movimento LGBT agora cobra seu posicionamento em relação à consulta.

Em resposta à proposta do plebiscito, a diretoria da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo), organizadora da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, emitiu no da 06 de julho ofício ao prefeito Gilberto Kassab, com cópia para a Subprefeitura da Sé e para a SEPP (Secretaria Especial de Participação e Parceria), solicitando que a manifestação continue a ser realizada na Avenida Paulista durante os próximos 10 anos. O documento inclui a cessão do Vale do Anhangabaú para sediar a Feira Cultural LGBT, no mesmo período. A presidência da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) emitiu ofíci siilar m17 e outubo, refoando o pedido feito pela APOGLBT na semana anterior. Em entrevista à revista "A Capa", o presidente da APOGLBT, Alexandre Santos, disse concuir, pelo ofício enviado à prefeitura, que o senador Suplicy concordava com o teor da mensagem que lhe foi enviada.


Suplicy: "sou a favor da Parada Gay"

O senador diz que se trata de uma conclusão precipitada. "Sou inteiramente a favor da Parada Gay, da qual muitas vezes tenho participado. Sou a favor da liberdade para a sua realização e tenho convicção que a maioria do povo de São Paulo também é", esclarece o parlamentar. Suplicy entende que o envio do ofício faz parte do seu papel de parlamentar: "quando um eleitor manda um documento e pede que seja encaminhado para a autoridade competente, eu encaminho, não quer dizer que concordo com os termos da carta".

Sobre a realização da consulta pública, o diretor de LGBT da União da Juventude Socialista (UJS), Denilson Batista, afirma que seria inconstitucional, pois a Constituição garante o direito de manifestação. O senador Suplicy diz estar de acordo com o argumento de Denilson e vai além: "esta consulta já está realizada, pela tão expressiva participação do povo de São Paulo e de todo o país [na Parada do Orgulho LGBT]".

Sobre o conteúdo do e-mail enviado ao senador, Denilson considera homofóbico, mas faz questão de esclarecer alguns dos questionamentos levantados pelo autor da missiva: "é natural que haja tumultos em atividades de grande aglomeração, especialmente neste ano, pois havia obras na Avenida Paulista e a prefeitura nos orbigou a ocupar apenas uma via". O jovem relata que foram contratados ao menos 10 mil seguranças pela organização da Parada do Orgulho LGBT deste ano e a Guarda Civil colocou dois batalhões em serviço exclusivamente para a manifestação.

3 milhões na Paulista

A primeira Parada Gay de São Paulo aconteceu em 1997 e reuniu 2 mil pessoas. De lá para cá, o movimento tem conseguido resultados surpreendentes e, em 2009, participaram do evento 3,1 milhões de pessoas, conforme o divulgado pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Para Denilson, a realização da Parada na Avenida Paulista é fundamental, pois garante a visibilidade pretendida pelo movimento.

Por Luana Bonone

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