sábado, 25 de abril de 2009

Universidade Federal de Minas Gerais discute homofobia na Educação


Sob o tema "A escola está preparada para lidar com a diversidade sexual em sala de aula?" a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebe o seminário de encerramento do Projeto Educação sem Homofobia. O debate será realizado na quinta-feira (30/04) das 8h30 às 21h30.

Será realizada a mesa redonda "Projetos de combate a homofobia na educação". Deste debate irão participar o professor Alexandre Bortolini, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernando Pocahy, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGS), e fechando a mesa, o pesquisador do INEP Rogério Junqueira.

Além dessa discussão outra que será promovida é a respeito dos movimentos LGBT, professores e diretores escolares da educação infantil, do ensino fundamental e médio. Essa roda de conversa finaliza o primeiro curso de capacitação de educadores do Projeto Educação sem Homofobia, que ocorreu de abril a dezembro de 2008 e atendeu cerca de 240 professores da rede municipal de Belo Horizonte.

O programa foi coordenado pelo núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG e financiado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC).

Segundo o coordenador geral do projeto, Marco Aurélio Máximo Prado, professor de psicologia da UFMG, "o objetivo do Educação sem Homofobia foi colocar o tema das homossexualidades e das transexualidades no centro do processo de formação de alunos e educadores e apontar para a importância da universidade repensar suas práticas e formas de ensino à luz dos direitos humanos e sexuais".

Vale lembrar que a UFMG foi palco de violência homofóbica no começo desse ano.

No dia 24 de abril de 2009, o Núcleo LGBT da UJS lançou o grupo E –

com o tema `Diversidade Sexual nas
Escolas’ , tendo assim um grande avanço em nosso Estado para o
movimento pelo fato de sofrermos preconceito e sermos discriminado. E
com o grupo em Manaus vamos ter como começar a trabalha com os jovens
dentro da escola e, portanto tentar diminuir atos homofobicos em nosso
Estado. Samara Soares (Diretora E – Jovem Norte- AM), Diego Lima
(Coordenador LGBT da UJS/AM) e Fabio Martins (Diretor Do E - Manaus)
foram os idealizadores deste evento, que contou com a parceria do
Centro de Referencia em Combate á homofobia ‘Adamor Guedes’ e com
UMES/ Manaus.
Tivemos á presença do Bruno Correa (Presidente da UJS) ,do Matheus
Conceição (Presidente da UESP - União dos Estudantes Secundaristas de
Parintins), do Natanael Gomes (Diretor de Finanças UNEGRO de
Manacapuru), do Yann Evanovick (Presidente da UMES/ Manaus),da Mauren
Texeira (Coordenadora de Jovens Mulheres da UBM).

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Assassinato de gays tem crescimento de 55% em relação a 2007, aponta relatório do GGB


O Grupo Gay da Bahia (GGB) acaba de divulgar o seu relatório anual com os assassinatos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em 2008 no Brasil. Segundo o levantamento, houve um aumento de 55% de mortes LGBTs em relação a 2007, que registrou um total de 122 mortes. Ao todo, 190 homossexuais foram executados no país.

Do número total, 64% são gays, 32% travestis e 4% lésbicas. O estudo aponta que o risco de uma travesti ser assassinada é 259 vezes maior em relação aos gays. Outro dado alarmante se refere ao Estado de Pernambuco configurado como o mais violento com 27 assassinatos.

Entre as regiões brasileiras, o Nordeste é a mais perigosa. O gay nordestino tem 84% de chances a mais em ser morto do que o gay residente no Sudeste e no Sul. Das vítimas mapeadas pelo GGB, 13% tinham menos de 21 anos. A pesquisa afirma que entre as vítimas predominam as travestis profissionais do sexo, cabeleireiros, professores e ambulantes. Entre os gays nota-se que boa parte dos crimes ocorre dentro de casa e as travestis são executadas a tiros nas ruas.

Em relação aos autores desses crimes, 80% dos criminosos são desconhecidos. Do restante, a maioria são garotos de programa e menores de 21 anos. Em termos globais, o Brasil é o campeão mundial em crimes homofóbicos. O México, segundo colocado no "ranking", teve 35 e o Estados Unidos 25 homossexuais assassinados. O GGB também calculou que no ano passado um homossexual era assassinado a cada dois dias.

"Não temos uma única opção sexual no Brasil", diz Lula a jornal turco


O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrevista ao jornalista e ativista LGBT Kursad Kahramanoglu (foto) que trabalha para o jornal turco Birgun. Na entrevista eles conversaram sobre variados temas, entre eles economia e as realidades similares entre Turquia e Brasil. Porém, um dos assuntos chama a nossa atenção. Em dado momento, o repórter pergunta ao presidente Lula por que defender os direitos gays.

Lula diz que a "respota é simples". Segundo o presidente, seu governo trabalha no sentido de "reparação ao abandono que o povo brasileiro foi relegado há tanto tempo". Sobre a discriminação, Lula afirmou conhecê-la em suas "entranhas" e diz que a sua trajetória política é "de superação dos preconceitos". A respeito da diversidade, afirma que isso é uma característica de um país com "190 milhões de filhos" e que, para ele, "não há filho único, não temos apenas uma religião, uma raça e uma opção sexual".

O presidente também que o diálogo com todos os segmentos da sociedade é uma obsessão de seu governo e que eles combatem incansavelmente "toda forma de intolerância, de discriminação e preconceito". Nesse momento, Lula pontua a questão LGBT ao dizer que a sua administração "criou, por exemplo, o programa 'Brasil sem Homofobia' e apoia projeto de lei que criminaliza atitudes ofensivas ou discriminatórias em matéria de orientação sexual", referindo-se ao PLC 122/06 - que criminaliza a homofobia no Brasil e tramita há quatro anos no congresso brasileiro.

Pelo fim do vestibular, UBES e UNE tomam as ruas de São Paulo


Cinco mil estudantes forma às ruas de São Paulo, nesta quarta feira, na passeata pelo fim do vestibular organizada por UBES, UNE, UPES e UEE/SP.

Os manifestantes sairam do Masp em direção ao prédio da secretaria estadual de educação, onde protestaram contra o novo ocupante do posto mas já velho conhecido do movimento estudantil: o ex-ministro Paulo Renato (PSDB).

As entidades veem o fim do vestibular como uma vitória política, já que é uma bandeira levantada há muito pelos estudantes, mas consideram que a medida, por si só, não resolverá os problemas da educação. Além disso, os movimentos sociais que atuam na área reivindicam participação no debate sobre a alternativa ao vestibular a ser adotada.

A UBES, pelas palavras de seu presidente, Ismael Cardoso, discorda da fómula proposta feita pelo ministério da Educação de troca do atual vestibular pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Seria como trocar seis por meia dúzia. O melhor é aplicar o Enem de maneira seriada, ou seja, no final de cada ano do Ensino Médio", alega.

Já a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, vê a necessidade de "uma discussão ampla com a sociedade, principalmente com a comunidade acadêmica. [A medida] Não pode ser colocada como uma proposta unilateral isolada. O vestibular é apenas um dos pontos para a universalização do ensino".

Paulo Renato na mira

Na chegada à sede da secretaria estadual de educação, os estudantes afirmaram que Paulo Renato de Souza representa um período de triste memória para o ensino público e que rejeitam a visão privatista e mercadológica por ele implantada quando ministro da educação de FHC.

De início, o secretário mandou anunciar que receberia uma comissão de lideranças para discutir as reivindicações. No entanto, mostrando-se pouco afeito ao debate e muito apegado ao ar condicionado do gabinete, colocou assessores como interlocutores e, repetindo sua prática antidemocrática dos tempos de Brasília, recusou-se ao diálogo.

"Mais uma vez ele demonstrou quem é de verdade. O movimento estudantil tem na memória aqueles oito anos terríveis e antidemocráticos. Agora, o seu início na secretaria de São Paulo aponta para uma relação truculenta e desrespeitosa para com os estudantes", avalia Augusto Chagas, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo. "O cenário com Paulo Renato não indica que vá reverter o descalabro na educação estadual que vimos nesses anos, em particular no governo José Serra", conclui.

Para Arthut Herculano, presidente da União Paulista de Estudantes Secundaristas, "a manifestação foi o início de uma grande campanha de denúncia da má qualidade da educação no estado e vai continuar até que as reivindicações para obter a escola que queremos sejam atendidas. Para a Upes a prioridade é unir a sociedade em defesa de um novo projeto educacional para o estado".

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Jovem gay é agredido por skinheads em Curitiba


Na segunda-feira passada (23/03), um estudante gay do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi agredido por volta das 18hs, na região do Alto da XV, por um grupo de supostos skinheads. Segundo o seu relato à Polícia Militar, o grupo era formado por mais ou menos dez homens, com cabelos raspados, usando suspensórios e coturnos. Tal descrição leva a crer que era um grupo de neo- nazistas.

O caso ocorreu na mesma semana em que o site A Capa noticiou caso de agressões em que homossexuais são vítimas de ataques com spray de pimenta, no centro de Curitiba. O garoto foi agredido com socos, pontapés e pedradas. O estudante terá que passar por uma cirurgia facial. Ele prestou queixa na polícia e fez exame de corpo e delito no Instituto Médico Legal (IML), por conta do espancamento. Os colegas de universidade do jovem organizam um protestos contra a homofobia para essa semana.

Segundo o Grupo Dignidade, os ataques homofóbicos promovidos por skinheads a travestis e homossexuais tem crescido nos últimos meses. De acordo o coordenador do Centro de Referência de Prevenção e Combate à Homofobia, Marcio Martins, "estes casos são apenas a ponta do iceberg, porque por causa do medo, a imensa maioria dos agredidos não registra a violência nem nos grupos de apoio e muito menos na polícia".

Câmara de Manaus derruba projeto anti-homofobia


Foi vetado ontem pela Câmara Municipal de Manaus o projeto de lei de autoria do vereador Hissa Abrahão (PPS), que proprunha a punição com multas a discriminação contra homossexuais. O autor da lei lamenta a derrocada do projeto. Para ele, a proposta foi mal entendida. "O objetivo do projeto era apenas punir alguém que discriminasse outra pessoa por orientação sexual", disse Hissa, que se inspirou em leis já existentes na Bahia e em São Paulo.

O apóstolo Marcel Alexandre (PMDB), um dos articuladores para que o projeto fosse derrubado, afirmou que o "direito democrático tem que ser rerservado". "É integridade do cidadão, você não pode tratar a opção de uma pessoa como se fosse questão de raça", declarou. O vereador alegou ainda que se tal lei fosse aprovada iria trazer "constrangimento para a Casa".

A presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis (AAGLT), Bruna La Close, disse que "a Câmara está aplaudindo o preconceito, a discriminação e a homofobia". Ela declarou ser uma pena que a Casa ignore projetos que visam a conscientização da população. "Por ser um espaço público, deveria estar conscientizando as pessoas e não vetando projetos de suma importância", analisou a ativista.