quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sean Penn defende casamento gay após receber Oscar de melhor ator por Milk



Aconteceu ontem, domingo (22/02), a 81ª cerimônia de entrega do Oscar para as produções cinematográficas produzidas no ano 2008. Uma das grandes expectativas era em relação ao prêmio de melhor ator. Entre os concorrentes estava Sean Penn, que interpretou o ativista gay Harvey Milk, primeiro político assumidamente homossexual a se eleger a um cargo público nos Estados Unidos.

Visivelmente emocionado após receber o prêmio, Sean Penn disse esperar que "os nossos netos tenham orgulho de nós". Depois em um recado direcionado o ator afirmou que pensa "naqueles que votaram contra o casamento gay... Que vergonha heim!", referindo-se à vitória da Proposta 8, que proibiu o casamento gay na Califórnia, em novembro do ano passado. Quem também marcou pelo seu forte discurso foi o roteirista de "Milk", Dustin Lance Black, que, muito emocionado ao receber o prêmio de melhor roteiro original, defendeu o amor entre iguais.

Outro grande momento da noite e não menos esperado, era a premiação de melhor ator coadjuvante. Confirmou-se o favoritismo e o prÊmio póstumo a Heath Ledger, que concorria por sua interpretação do Coringa em "Batman - The Dark Night". O prêmio póstumo, que foi recebido pela família de Ledger. Personalidades como Angelina Jolie, Meryl Styreep, Brad Pitt e Sean Penn foram focalizados chorando ou fortemente emocionados.

Este ano, a Academia mostrou alguns sinais de mudanças e simpatia. Durante o evento foi apresentado um clipe com os filmes românticos que marcaram época. A edição de imagens finalizou com a cena de Milk onde Harvey (Sean Penn) e seu companheiro (Jame Franco) trocam um longo beijo. A cena foi mostrada na íntegra e posteriormente aplaudida.

Antes da entrega de melhor curta-metragem, um vídeo protagonizado por Jame Franco, voltou a exibir cenas em que Penn e Franco se beijam em Milk.

Por volta da 1h20 da manhã a cerimônia encerrou entregando o prêmio mais esperado da noite, o de melhor filme. Sem grandes surpresas "Quem quer ser milionário? (Slumdog Millionaire)", faturou o prêmio. Assim a equipe do filme inglês/indiano voltou para casa com oito estatuetas do Oscar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MEC reconhece relação gay como entidade familiar pata cálculo de renda no ProUni


Nesta terça, 20, o Ministério da Educação deu parecer favorável ao pedido apresentado na última semana pelo funcionário público de Guarulhos, J.G.A, que brigava para que o órgão considerasse para cálculo de renda a relação que vive com seu companheiro. A ideia era garantir o direito a concorrer a uma bolsa do ProUni. O parecer foi elaborado por Ricardo Garroux, coordenação-geral de Relações Acadêmicas de Graduação do MEC, e obteve respaldo da Secretária da Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci. Garroux contou que levou em consideração os demais órgãos governamentais que já praticam políticas que favorecem a população LGBT. "O Ministério do Trabalho, por exemplo, já concede ao estrangeiro parceiro de um homossexual o direito a visto de trabalho no País", lembra Garroux. No entanto, a principal base para que o caso de J.G.A tivesse um final feliz foi um parecer da Advocacia Geral da União, que em junho de 2008 reconheceu a união civil gay com o intuito de conceder benefícios previdenciários a servidores LGBTs do Rio de Janeiro. Ricardo Garroux fez questão de lembrar também que o MEC é um dos órgãos participantes do programa "Brasil sem Homofobia". "O MEC é um órgão que prima pela inclusão, não pela exclusão", diz o coordenador-geral. Quando perguntado sobre a portaria que o MEC supostamente publicaria permitindo que pessoas na situação de J.G.A tivessem direito ao mesmo benefício, Garroux assegura que não há necessidade. Segundo ele, o artigo 6º da portaria normativa de número 20, que trata do processo seletivo para o ProUni, já define o companheiro ou companheira do requerente como membro do grupo familiar, sem especificar o gênero das pessoas. "O que faltava era uma interpretação inclusiva do artigo", diz Garroux. Tanto J.G.A quanto as Faculdades Integradas Torricelli, instituição escolhida pelo candidato a universitário para cursar Letras, já foram notificados da decisão.

Maioria de ouvidos em pesquisa nacional associa gays á promiscuidade


Na pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em conjunto com o Núcleo de Opinião Pública, foi revelado que os gays em geral não são bem vistos pela sociedade. De acordo com o estudo, 57% das 2.014 pessoas entrevistadas acreditam que os gays "quase sempre são promíscuos". Outros números foram revelados pela pesquisa: 29% admitem que são homofóbicos com travestis, 28% não suportam transexuais, 27% não toleram lésbicas e bissexuais e 26% não conseguem ver dois homens juntos. Além do preconceito a olhos vistos, o estudo apontou que apenas 24% dos entrevistados em 150 municípios brasileiros acreditam que os gays precisam de medidas legais que os amparem. A pesquisa conclui comparando que os gays sofrem com o mesmo nível de rejeição comumente dedicado à ciganos, ex-presidiários e prostitutas.

Filme sobre o primeiro político gay dos Estados Unidos estreia hoje


O novo filme do diretor Gus Van Sant, "Milk - A Voz da Igualdade", não conta apenas a história do ativista gay Harvey Milk, como também retrata a luta dos homossexuais contra a política de represálias que se formou na década de 70, na cidade de São Francisco (EUA).

Na data de seu aniversário, Harvey (Sean Penn) comemora ao lado de seu novo namorado Scott (James Franco), mas sente-se um pouco frustrado por ter acabado de completar 40 anos e ainda não ter feito nada, em sua percepção, de relevante na vida.

Neste dia, o quarentão ainda não sabia que, dali a algum tempo, seu próximo aniversário seria com uma grande festa no bairro de Castro. Afinal, Harvey Milk se tornaria o primeiro político assumidamente gay de São Francisco.

Tal conquista, não foi tão fácil. Assim como hoje as bancadas religiosas tentam barrar a aprovação do PLC 122 - que criminaliza a homofobia no Brasil - , Harvey, em 1972, lutava pela igualdade de gays e lésbicas, pelo direito de ir e vir, e de pertencer a uma sociedade que, em sua maioria, era formada por conservadores e fundamentalistas que defendiam "a base da união familiar [homem e mulher]" (qualquer semelhança com os dias atuais, não é mera coincidência).

"Pagamos impostos para sermos protegidos e não perseguidos", dizia Milk em um de seus discursos. Nesta época, gays andavam pelas ruas de Castro com apitos pendurados no pescoço ou dentro dos bolsos para caso fossem "repreendidos" pela polícia, terem como se defender 'apitando' por ajuda.

Nos dias atuais, fica clara a ideia de que não haverá, tão cedo, um candidato como Milk. O ativista não lutava por uma causa, ele fazia parte dela. Eis a diferença.

O filme trás ainda a reflexão de que, se hoje homens e mulheres podem caminhar de mãos dadas com uma pessoa do mesmo sexo na rua é porque muitos já sofreram, 'apitaram', e lutaram para que isso fosse possível.

"Milk - A voz da Igualdade" nos mostra que existiu e sempre haverá obstáculos a serem ultrapassados pela comunidade gay. Mas falta, principalmente, alguém que tome a frente, e grite algo parecido com: "meu nome é Harvey Milk, e estou aqui para recrutá-los".

Denilson Junior

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Igreja americana pretende realizar protesto contra peça gay no Reino Unido


Fiéis da Igreja Batista de Westboro, conhecidos por marcarem presenças em enterros de vítimas da Aids e de soldados americanos portando cartazes com os dizeres "Deus Odeia Bichas", prometem realizar amanhã (20/02) um protesto contra a peça "The Laramie Project", que fala sobre a morte de Matthew Shepard, gay do Wyoming que foi espancado até a morte em 1998 e virou símbolo da luta contra a homofobia.

O protesto será em frente a faculdade de Basingstoke, onde será apresentada a peça. Na época da morte de Matthew, a Igreja, fundada por Fred Phelpa, aproveitou o fato para mostrar ao mundo suas crenças contra os homossexuais.

Grupos de ativistas já se manifestaram e tentaram impedir o protesto.

Denilson JUnior
Diretor LGBT da UJS