quinta-feira, 16 de setembro de 2010

9ª Parada do Orgulho LGBT reúne 500 mil na Bahia


O movimento estudantil participou do evento com o Trio dos Estudantes na nona edição do evento que trouxe como lema a “Homofobia, fora daqui! Por uma Bahia sem racismo, machismo e homofobia”

A tarde de chuva não impediu que a 9ª Parada Gay da Bahia, realizada neste domingo em Salvador, reunisse mais de 500 mil pessoas, que ocuparam a praça do Campo Grande e a avenida Sete de Setembro, no centro da capital baiana, segundo estimativa da Polícia Militar.

Com o objetivo de conscientizar sobre a intolerância sexual, o clima foi de Carnaval. A multidão seguiu 10 trios elétricos, acompanhada de milhares de vendedores ambulantes e catadores de latinhas.

"Uma festa que mostra que pessoas precisam entender que todo mundo é igual e tem que ser respeitado. Preconceitos têm que ser quebrados", ressaltou a primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, que foi homenageada como madrinha da parada e aparece u na festa vestida de Frida Kahlo. Logo depois a cantora transexual Stella Lima cantou o hino nacional e a parada seguiu pelo circuito Campo Grande – Castro Alves.

LGBT e o Movimento Estudantil

Comandado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União de Estudantes da Bahia (UEB), Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas (ABES) e a União Baiana Dos Estudantes Secundaristas (UBES), o Trio dos Estudantes, participa da Parada Gay de Salvador desde 2006 com o objetivo de combater as formas de preconceito que existe na sociedade. “Todos os anos fazemos questão de colocar um trio na Parada para mostrar o envolvimento do movimento estudantil com a luta pelos direitos do público LGBT. Esta é uma forma de apresentar nossas ideias para um público diverso e colaborar com a luta contra a homofobia”, destacou o presidente da UEB, Vladimir Meira.

Com atividades e intervenções de cada entidade, o Trio dos Estudantes, reuniu cerca de 70 lideranças do movimento estudantil e de bases como DCEs e organizações do movimento social. “Os estudantes são futuros formadores de opinião e a Parada vai além de uma manifestação festiva, hoje ela é também extremamente política”, disse Vladimir que ainda comentou a grandiosidade do evento na cidade baiana.“Talvez seja, depois do carnaval, a maior manifestação popular da Bahia. Para nós é fundamental aproveitar esse público e fazer com que a população tenha acesso a diversidade social”.

"IBGE ... se você for LGBT, diga que é!"

O Censo Demográfico 2010 a partir deste ano vai contar também casais homossexuais. Para motivar as declarações, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) iniciou a campanha





Pela primeira vez o IBGE vai contabilizar casais homossexuais, por meio do Censo Demográfico 2010. A proposta do instituto é trazer informações atualizadas de acordo com as mudanças da sociedade brasileira nos últimos anos.

“No passado nós só perguntávamos se eram cônjuges. Hoje nós abrimos para cônjuge do mesmo sexo e cônjuge de sexo diferente”, explica o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

Só vão ser contabilizados os casais homossexuais que declararem, no questionário de perguntas, que moram no mesmo domicílio em união estável. O IBGE já utilizou questionários com questões sobre a união estável homossexual em alguns municípios, mas esta será a primeira vez que a pesquisa envolve todas as cidades brasileiras.

Mas para o coordenador técnico do censo do IBGE, Marco Antônio Alexandre, a mudança não foi feita com o objetivo de revelar o percentual homossexual da população brasileira, até porque nem todos vivem em união estável.

O Instituto vai visitar 58 milhões de domicílios em 5.565 municípios. “Quando os(as) recenseadores(as) baterem em sua porta e você for “casado(a)” com uma pessoa do mesmo sexo, diga que é. É importante que nós ativistas e governo tenhamos dados concretos para construirmos políticas públicas”, disse Toni Reis, presidente da ABGLT.

A Contagem da População pelo IBGE em 2007, realizada em cidades pequenas, identificou, pela primeira vez, 17.560 pessoas que declararam ter companheiros do mesmo sexo. Desse total, 9.586 homens se declararam cônjuges de companheiros do mesmo sexo, o mesmo ocorrendo em relação a 7.974 mulheres.

sábado, 14 de agosto de 2010

Rainbow Fest realiza debate sobre a representação gay na mídia


Foi realizado ontem, quinta-feira (12/08), no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), às 14h, o debate a respeito da representação LGBT na mídia. O evento teve como foco o modo como a grande imprensa e a televisão têm construído com o discurso em torno das personagens gays. Participaram da mesa os jornalista Clecius Campos, repórter do Zona Pink; Marcelo Hailer, do site e revista A Capa; André Fisher, do portal Mix Brasil e a cineasta Lilian Werneck, diretora do filme O Mobile - Admiração.

Com mediação do jornalista Oswaldo Braga, que também é integrante da Ong Movimento Gay de Minas (MGM), a mesa teve início com a fala de Clecius Campos, sobre a dificuldade de escrever uma coluna gay - o Zona Pink faz parte do site Acessa.com, dentro de um site local e com boa parte dos leitores heterossexuais.

Por sua vez, o repórter Marcelo Hailer atentou para fato de que, além de boa parte da grande imprensa continuar a usar a palavra "homossexualismo" e a tratar as travestis e transexuais pelo nome de registro, há um outro problema dentro da comunidade gay: a falta de interesse em se apropriar de dados e ter total desconhecimento de leis e parlamentares aliados e LGBTs.

André Fisher, do portal Mix Brasil, revelou acreditar numa certa evolução na cobertura da imprensa em assuntos LGBTs. Também falou da baixa audiência das matérias ligadas a políticas e direitos. Parte polêmica se deu quando o jornalista explicou a maneira como se dá a escolha de modelos para capa de revistas, algumas pessoas presentes polemizaram com o jornalista e disseram que a sua revista e outras do meio gay são "heteronormativas".

Quem encerrou a mesa foi a cineasta e pesquisadora Lilian Werneck, que discorreu a respeito da representação lésbica a partir do seriado "The L Word". Lilian concordou com a questão de que há estereótipos na mídia no modo como representa os LGBT, mas ressaltou que estamos num sistema regido pelo mercado e que as pessoas querem, ao ligarem a televisão, encontrar um pouco de "beleza e sonho" como contraponto a vida que levam no cotidiano.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

11 de agosto, UNE 73 anos: presidente Augusto Chagas fala ao EstudanteNet





















Atual presidente da mais antiga entidade do movimento social brasileiro, Augusto Chagas conversou com o EstudanteNet sobre o seu primeiro ano à frente da UNE. Leia a primeira parte do bate papo
Neste 11 de agosto, exatos 73 anos depois, celebramos a fundação de um patrimônio social inegavelmente decisivo para a história brasileira no último século. Como registram as páginas do amigo e escritor Arthur Poerner no seu incomparável "O Poder Jovem", voltamos ao Rio de Janeiro, no dia em que “a UNE nasceu na Casa dos Estudantes do Brasil, onde o Conselho Nacional dos Estudantes, depois de solenemente instalado pelo ministro da Educação, efetuou, no dia 12, a sua primeira sessão ordinária, dirigida pela presidente vitalícia e fundadora daquela Casa, a poeta Ana Amélia de Queirós Carneiro”.

Revivemos aquele momento em que jovens, com anseios e esperanças diversas, tiveram a coragem de apostar na unidade. Homenageamos aqueles que, em todas essas sete décadas, valeram-se dessa força para postar-se incansavelmente pela construção da igualdade social, da educação e do desenvolvimento do país, algumas vezes em esforços corajosos que comprometeram suas próprias vidas.

Parabéns aos estudantes. Parabéns àqueles que de alguma maneira contribuem nos DAs e CAs, nos DCEs, nas atléticas, nos CUCAs, nas empresas juniores ou grupos de pesquisa da sua instituição de ensino para transformar a realidade do Brasil. Àqueles cujo peito se sente mais completo no bordão "A UNE somos nós. A UNE é nossa voz".

Esta data, que também representa o Dia do Estudante, que já foi dia de luta e conquista para diversas gerações, como a dos cara-pintadas de 1992, é também, sempre, momento de olhar para os desafios de mais à frente. Por isso, neste aniversário de 73 anos da UNE, o EstudanteNet entrevista o atual presidente da entidade, Augusto Chagas.

Aos 28 anos, nascido em São Paulo, foi eleito presidente em 19 de julho de 2009, durante o 51° Congresso da entidade, realizado em Brasília, com mais de 70% dos votos pela chapa "Avançar nas mudanças". Augusto presidiu o Diretório Acadêmico e o DCE da Unesp/Fatec e esteve à frente União Estadual dos Estudantes (UEE-SP) por duas gestões (2005-2007 e 2007-2009).

Nesta primeira parte da entrevista, Augusto faz um balanço dos 365 dias de gestão, fala de conquistas e vitórias como a aprovação dos 50% do Pré-sal para a educação e da “PEC da Juventude”. Relembra ainda a plenária final do Congresso que o elegeu e comenta a respeito do Terreno da UNE no Rio de Janeiro, local onde será erguida a nova “Casa do poder jovem”, com projeto doado aos estudantes por um dos maiores arquitetos do mundo, Oscar Niemeyer.

Você foi eleito no dia 19 de julho do ano passado e tomou posse no dia 11 de agosto. Lembra da plenária final do 51° Congresso da UNE? Qual foi a sensação de, a partir daquele dia, estar sendo eleito para dirigir a entidade mais antiga dos movimentos sociais brasileiros, que comemora 73 anos de vida?
Lembro, claro! Estava ansioso, tenso. Para quem conhece o Congresso da UNE sabe a adrenalina que é uma plenária final, aquele é o limite da saudável disputa de ideias que envolve o movimento estudantil. É a linha de chegada. Então, começa a cair a ficha, você começa a entender a responsabilidade que terá a partir daquele dia. Presidir a UNE é ser irreverente e responsável, é ter a oportunidade de ver florescer em cada canto deste país a vontade de participar da juventude, nas suas mais diversas formas. Nesse um ano eu vi que a UNE é do tamanho do Brasil. Presidi-la é saber que você precisa descobrir a cada dia um pouco mais, se esforçar mais, trabalhar mais, estudar mais, viver mais.

Qual o balanço que você faz desses 365 dias de gestão?
Neste primeiro ano de gestão, a UNE esteve coesa e concentrada em vários desafios: conseguimos dar passos decisivos rumo a construção da nossa sede no Rio de Janeiro; aprovamos no Senado a nossa principal pauta política que é pela destinação de 50% do Fundo do Pré-Sal para a educação; realizamos um vitorioso CONEG [Conselho Nacional de Entidades de Gerais], no qual aprovamos nossa plataforma para estas eleições; realizamos dezenas de passeatas pelo país na maior Jornada de Lutas dos últimos anos que mobilizou milhares de estudantes em várias capitais; participamos decisivamente da Conferência Nacional de Educação; conquistamos o fim da DRU [Desvinculação das Receitas da União] no Congresso Nacional, a PEC [Proposta de Emenda Constitucional] da Juventude, enfim, foi um ano de muito trabalho e vitórias que com certeza entrarão para a história. Mas, se neste primeiro ano tivemos avanços, queremos buscar muito mais daqui para frente!

Quem acompanha o movimento estudantil, sabe que a UNE se renova a cada período, incorporando novas bandeiras e reivindicações, como a luta LGBT, pela cultura livre e digital, contra o racismo e pela diversidade de todas as formas de manifestação. Como você enxerga hoje a organização dos jovens estudantes e de que forma essa gestão vem atuando nessas frentes?
Diversificar o movimento estudantil é um desafio. A UNE representa hoje mais de 5 milhões de estudantes, além de ser muito dinâmica com a entrada e saída de alunos das universidades. A atuação social e política destes estudantes a cada dia é mais diversa e muitos deles sequer têm uma atuação mais organizada. Por isso, queremos trazer para “dentro da UNE” o estudante que luta contra o preconceito, que atua através da cultura, do esporte, e de tantos outros temas que nos interessam. Por meio destas bandeiras temos condição de transformar pontos importantes da sociedade. A UNE já tem muitas diretorias que procuram desenvolver estas pautas. Em especial, a diretoria de Mulheres e a de Cultura têm se destacado muito, mas temos várias outras, como a diretoria LGBT e de Combate ao Racismo. No último Congresso criamos a diretoria de Direitos Humanos, que já inovou e realizou um belo seminário neste primeiro semestre na UERJ. Queremos inovar durante nossa 7ª Bienal em janeiro do próximo ano. Acredito que a Bienal pode ser um grande festival que abarque toda a diversidade de temas e lutas que os estudantes do Brasil têm conduzido.

O EstudanteNet acompanhou de perto as últimas movimentações coordenadas pela UNE e pela UBES no Congresso Nacional em defesa da aprovação da emenda ao projeto de lei que cria o Fundo Social do Pré-sal e pela PEC da Juventude. O corpo a corpo com os parlamentares garantiu a destinação de 50% dos recursos deste fundo para a educação e a inclusão do termo "jovens" na constituição. O que isso significa para esta e para as próximas gerações?
São vitórias que marcam nossa geração. Carimbar o recurso do Pré-Sal vai mudar a educação do Brasil, tenho certeza. Nossos jovens hoje não são bem formados e metade deles ainda está fora do Ensino Médio e três quartos nunca chegarão a uma universidade. É o maior desperdício que um país pode fazer com seu futuro. Por isso que esta será uma conquista lembrada para sempre, que entra na lista das nossas maiores vitórias. Podemos, com orgulho, afirmar que demos mais uma contribuição para a história brasileira.

O corpo-a-corpo com certeza foi fundamental. Foram meses de ação coordenada no Congresso. Sabe aquela afirmação que “nossa vitória não será por acidente”? Por isso, as redes da UNE e da UBES precisam ter certeza que o que garantiu a vitória foi nossa mobilização, nossa pressão, nossas passeatas, nossos atos, nossos debates nas escolas e universidades, nossa luta. Quando a UNE está dialogando com um deputado ou senador reivindicando uma pauta, ele sabe que está tratando com milhares de lideranças de todo o país e é isto que nos dá legitimidade.

E a PEC da Juventude, como foi a aprovação?Uma das coisas mais bacanas que aconteceram no último período foram a criação da Secretaria e do Conselho Nacional de Juventude. São instrumentos que possibilitaram o país superar a ideia de que a juventude era entendida apenas como um rito de passagem entre a adolescência e a idade adulta, sem percebê-la como uma idade na formação das pessoas que têm particularidades próprias e, por isso, exige uma visão e políticas específicas. Nesse sentido, a aprovação da PEC da juventude foi uma vitória de extrema importância. Agora, o termo “jovem” faz parte de um capítulo da Constituição brasileira, que antes simplesmente ignorava isso. Penso que a PEC, depois do voto aos 16 anos, foi a principal conquista constitucional para a juventude brasileira.

Nesse processo de mobilização pela aprovação do Pré-sal e da PEC da Juventude, a UNE utilizou alguns instrumentos das novas tecnologias e redes sociais, como o twitter. Você estuda Sistemas de Informação e as pessoas que te conhecem sabem do seu gosto por celular, laptops e outras coisas relacionadas à informática. Qual a sua relação com as novas tecnologias e de que forma enxerga isso como um possível instrumento de comunicação dentro da rede do movimento estudantil?
Gosto muito das inovações, desde pequeno sempre gostei. O interessante é que a velocidade delas parece que aumenta, a cada dia surgem coisas malucas, celulares ultra-modernos, a Internet lança coisas novas, que nem imaginávamos que existiriam alguns anos antes. O YouTube, que hoje atinge 10 a cada 10 usuários da Internet, por exemplo, não existia há alguns anos.

Acho que uma das novidades mais interessantes é este espaço das redes sociais. Hoje em dia a quantidade de ferramentas é impressionante: todo mundo tem condição de se conectar com amigos do mundo inteiro e fazer chat e vídeo através do MSN; manter pelo Orkut uma lista de contatos com os amigos desde o bairro que você nasceu até o seu trabalho; gravar no YouTube vídeos e fotos do seu celular ou ter um álbum no Picasa ou Flickr. Sem falar no twitter, que te coloca em contato direto com figuras públicas das mais diversas, como artistas, jornalistas, políticos e esportistas.

Para o movimento estudantil a possibilidade é enorme. Fico imaginando há vinte anos como se fazia um Congresso da UNE sem internet. Hoje fazemos até passeata virtual! As campanha que lançamos no twitter com a hashtag #50%presaleducacao e #PECdaJuventude foram importantíssimas para mostrar aos parlamentares que estas pautas mobilizavam gente em todo o país. De repente, os senadores começaram a receber centenas de mensagens de pessoas do seu Estado, isso teve papel importante.

E mais, há redes hoje em dia, em especial no Brasil, que são casos de sucesso, têm uma audiência enorme. Muitos jovens estão todos os dias ligados a elas com interesses dos mais diversos. A UNE precisa atuar nestes espaços pra falar com essa moçada, mostrar nossas bandeiras e conquistar mais pessoas para nos ajudar nas nossas lutas.

Recentemente você teve um encontro com o arquiteto Oscar Niemeyer no Rio de Janeiro. Como foi a conversa? Vocês falaram sobre o novo prédio da sede da UNE que será construído na Praia do Flamengo, projeto que foi desenhado por ele e doado à entidade?
Foi inusitado e emocionante! Já estávamos tentando encontrar o Oscar Niemeyer há algum tempo para falar com ele do andamento do projeto de construção da nossa nova sede no terreno da Praia do Flamengo, que já neste ano pode dar um passo importante para o início das obras. O professor Niemeyer é um dos maiores brasileiros, daqueles personagens que a UNE reverencia porque deram contribuições inestimáveis para a história mundial. Tem uma brincadeira interessante também, já que ele nunca aceitou aquela ideia de que a pessoa é rebelde enquanto jovem e se acomoda com mais idade. O professor tem 102 anos e é comunista declarado. Tivemos uma conversa de uns trinta minutos. Ele estava jantando com a família. Falamos principalmente da expectativa da construção da nossa nova sede, na Praia do Flamengo, 132. Agradeci a ele a paciência, já que o primeiro projeto é de 1982. Disse ainda que a UNE sentia orgulho de tê-lo como parceiro e ele me respondeu que “isto era gentileza minha”. Tivemos tempo ainda pra falar da Copa, e ele comemorou a eliminação dos Estados Unidos diante de Gana, brincando que eles entendiam mesmo era de beisebol. Aproveitei também a oportunidade e já o convidei para uma ação que estamos pensando com objetivo de comemorar o início das obras do novo prédio.

Sobre a reconstrução da sede da UNE no Rio de Janeiro, como está o processo de indenização? E o que representa colocar de pé novamente aquela que foi chamada "a casa do poder jovem"?
Antes de falar do hoje, é preciso fazer duas reflexões. A primeira é quanto à Praia do Flamengo-132, espaço de efervescência da juventude brasileira, comitê central da campanha “O Petróleo é Nosso”, sede do Congresso Mundial pela Paz e casa de um dos mais engajados movimentos culturais brasileiro, o CPC da UNE. A segunda é uma deferência àqueles que simbolizaram a retomada desse espaço, dos que tombaram lutando contra a ditadura militar, dos que comemoraram a reintegração de propriedade com um chope no Bar Lamas junto com o presidente Itamar Franco, e também àqueles que durante mais de três meses ficaram acampados durante a ocupação dos estudantes na 5° Bienal da UNE.

Acaba de ser sancionada a Lei que responsabiliza o Estado brasileiro pelo incêndio e demolição da sede da UNE na ocasião do Golpe Militar. Já podemos comemorar a simbologia desta decisão e estamos muito orgulhosos da maneira como aconteceu: unanimemente, pelo Congresso Nacional, com apoio de todos os partidos políticos, do Governo e da oposição. Isto mostra que a decisão é muito justa e reforça o prestígio da nossa UNE. O momento agora é de trabalho da comissão inter-ministerial que foi montada para apurar o valor da indenização. Em alguns meses esperamos que os trabalhos estejam concluídos e que possamos finalmente começar as obras da nossa nova casa. Um fato importante é que este será o primeiro caso de reparação coletiva que o Brasil fará por conta do período da Ditadura Militar, razão de várias condenações brasileiras em cortes internacionais de direitos humanos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Casais gays podem retificar declaração de renda a partir desta segunda




A partir desta segunda-feira, casais gays poderão retificar a declaração de imposto de renda para incluir um companheiro como dependente do tributo.
As declarações de 2006 a 2010 poderão ser modificadas, com a condição de o casal ter cinco anos de união estável antes do ano da declaração. A regra vale para a situação de um dos parceiros não ter rendimentos declarados nesse período.




A retificação poderá ser feita pela internet. O contribuinte deverá acessar o site da Receita Federal, baixar os programas dos anos a serem modificados e incluir o dependente e as possíveis despesas médicas e de educação.
A Receita Federal poderá convocar o contribuinte a comprovar posteriormente a união estável, o que pode ser feito por meio de documentos como contas conjuntas de banco, comprovantes de residência ou prova testemunhal.
Segundo explicou Ronaldo Affonso Baptista, coordenador geral de Assuntos Tributários da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o procedimento para casais homossexuais passa a ser o mesmo para heterossexuais em união estável.
"O parecer equipara união estável à união estável homoafetiva, desde que devidamente comprovada", disse.
Segundo ele, o parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional é estritamente tributária, e não tem a pretensão de modificar leis. "A decisão produz efeitos tributários, não avança em outros campos do direito", afirmou em entrevista coletiva.

Censo 2010 da Argentina deve apurar casais homossexuais e população trans


Ativistas gays da Argentina se reuniram com a diretoria do INDEC (Instituto Nacional de Estatística e Censo da República) e negociaram a inclusão de questões que identifiquem a orientação sexual e a identidade de gênero das pessoas entrevistadas. O levantamento argentino está marcado para começar no dia 27 de outubro.Assim como no Brasil, a partir deste ano os recenseadores irão questionar a respeito do sexo dos cônjuges. Anteriormente, quando o casal se declarava homossexual, o programa não aceitava e dava "erro".Os ativistas argentinos comemoraram o fato de que, mais importante do que fazer um levantamento a respeito das famílias homossexuais, o Censo argentino também vai ajudar a identificar como estão vivendo as pessoas trans. "Será a primeira vez que teremos dados oficiais sobre a situação das pessoas trans da Argentina", disse Alba Rueda, da Ong 100% Diversidade e Direitos. A ativista acredita que, com essa medida, o governo possa construir políticas de re-inclusão à população trans.

Parada Gay de São Paulo não elege nova diretoria




Na última sexta-feira (30/07), ativistas e empresários se reuniram para escolher a nova direção da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT). No entanto, não houve votação. Não existia chapa inscrita e, por conta disso, não se poderia realizar uma eleição, já que isso vai contra o proposto pelo estatuto da APO e poderia, posteriormente, se contestado na justiça.O debate teve inicio às 18h23 quando o Alexandre do Santos, o Xande, atual presidente da Parada, deu inicio as falas. "Nunca vi essa sala assim, lotada desse jeito. Espero que agora as pessoas vejam que a APO existe e comecem a participar", protestou o presidente sob fortes aplausos. Depois, Xande explicou que não havia novos associados e que os existentes não estavam com as contas em dia. Portanto, houve consenso e todos os filiados foram anistiados.A respeito da eleição, primeiramente levantou-se a hipótese de prorrogar a atual gestão por mais seis meses e, findado este tempo, se realizaria novas eleições com novos filiados, o que era desejado por alguns presentes. Mas, a ideia foi repudiada pelos membros fundadores da Associação da Parada Gay.O primeiro a contestar foi Ideraldo Beltrame, membro fundador da APO. "Fazer um mandato tampão é ir contra o estatuto, é um ato antipolítico e desrespeitoso com a historia da entidade". Em seguida, Ideraldo fez uma crítica ao setor do mercado GLS que se fazia presente. "Que bom que vocês estão aqui, nós esperamos dez anos pela vinda de vocês", alfinetou.Quem também fez críticas ferrenhas aos presentes que tinham interesse em assumir cargo na Associação da Parada foi o ativista do Grupo Corsa, Julian Rodrigues. "Não se faz nada sem respeitar o estatuto, não é por que pessoas que acham que fazem e acontecem, juntam pessoas, que podem chegar aqui e mudar as coisas. Afinal, desconhecem a história". Por fim, Julian disse que não desejaria ver a Parada transformada em "pink money".Regina Fachinni, que já foi vice-presidente da Parada Gay de São Paulo, chamou a atenção de que não basta se filiar e "daqui a seis meses querer ser candidato". "São seis meses de trabalho, ralando e construindo propostas, não basta apenas ser filiado, tem que participar, depois disso, aí pode se começar a pensar em eleição", apontou.A respeito de uma renovação da Associação da Parada, muito requerida por parte dos presentes, o primeiro a fazer crítica à gestão da Parada foi o jornalista e empresário André Fischer. "A Parada Gay é a principal vitrine LGBT e hoje sofre com um problema de representatividade. Eu sei que o fundamento da Parada é militante, mas discordo de que o mercado fique de fora".O empresário Douglas Drumond, um dos entusiastas da campanha para reformulação da direção da Parada, disse que "há falta de informação" a respeito de como participar da manifestação e ainda apontou "uma falta de educação" por parte de pessoas da Parada quando novos interessados vão procurar a Associação.Sem consenso, a eleição a foi adiada para daqui 30 dias. Ainda esta semana, a diretoria da APOGLBT deve divulgar as definições para a eleição da nova diretoria.Veja fotos do evento no álbum.

domingo, 1 de agosto de 2010

Enquete: Você acredita que gays e lésbicas usam mais drogas que os heterossexuais?






Foi publicado semana que passou que uma pesquisa realizada pela Comissão de Políticas de Drogas do Reino Unido em que apontava os homossexuais com três vezes mais chances de usarem drogas do que os heterossexuais.Os dados levantados revelaram que 75% das lésbicas, gays e bissexuais tinham usado drogas pelo menos uma vez e 33% fizeram uso no ano passado. Quando feito o recorte para heterossexuais, o número obtido é de 10%.As opiniões se dividiram. Os próprios responsáveis pela da pesquisa disseram que não dava parar levar ao pé da letra todos os números levantados, afinal, o sistema público de saúde do Reino Unido tem o trabalho focado com usuários de crack, heroína e cocaína e ignora as novas drogas, por exemplo, o crystal e a ketamina (special K).É claro que a referida pesquisa diz respeito a realidade europeia, que se difere da brasileira. Portanto, queremos saber de você leitor, gays e lésbicas usam mais drogas do que heterossexuais? Responda a nossa enquete e dê a sua opinião.

Mostra de cinema sobre Aids terá David Cardoso como convidado


Entre os dias 12 e 19 de agosto o público de São Paulo vai poder conferir a sexta edição do Cinema Mostra Aids. O evento vai exibir 25 filmes, entre longas e curtas, com o intuito principal de suscitar o debate sobre o impacto que a doença causada pelo vírus HIV gera na sociedade e na vida das pessoas. Organizada pela ONG paulistana Pela Vidda, a mostra será realizada no Espaço Unibanco Augusta e também no Cine Olido, com ingressos a R$5 e R$ 1, respectivamente. Uma das produções integrantes da programação é "Estou com Aids", que ganha sessão especial no dia 17, às 20 horas. O filme, rodado nos anos 80 e pioneiro em tratar do assunto no cinema brasileiro, mistura ficção e documentário e traz quadros dramáticos representando situações cotidianas envolvendo o vírus. A exemplo do jovem do interior que chega à cidade e se torna garoto de programa, a empregada doméstica (Débora Muniz, musa pornô) que aceita o sexo grupal proposto pelo patrão, o milionário casado e suas escapadas, e mesmo uma criança soropositiva expulsa da escola.Artistas, políticos, esportistas e anônimos responderam a perguntas bem diretas feitas pelo diretor, o ícone da pornochanchada David Cardoso. Cardoso, aliás, estará na sessão especial e participará de um debate ao lado do crítico Christian Petermann, colunista de cinema da revista JUNIOR. Confira a programação completa AQUI.Espaço Unibanco AugustaRua Augusta, 1475 Cine OlidoAvenida São João, 473

UNE no 7º Seminário LGBT da Câmara dos Deputados




Assista a participação do presidente da UNE, Augusto Chagas, no VII Seminário de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Congresso Nacional, em Brasília, realizado dia 18 de maio. Ele falou às vésperas da I Marcha 1° Marcha contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT

No dia 18 de maio o Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, foi o espaço de discussões do 7º Seminário de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, com o tema: “Direitos Humanos de LGBT: Cenários e Perspectivas”.

O evento reuniu parlamentares, advogados, gestores públicos, pesquisadores, e dirigentes de diversas organizações que debateram as principais reivindicações do Movimento LGBT Brasileiro.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, estava entre os convidados e comemorou realização das atividades. Às vésperas da 1ª Marcha Contra a Homofobia, Chagas declarou o quão especial era aquele momento. “É uma marca histórica. Não só na luta do movimento GLBT, mas na luta pelos direitos humanos no Brasil”.

O Seminário é promovido promovido desde 2004 pelas Comissões de Legislação Participativa, Direitos Humanos e Minorias, e Educação e Cultura, da Câmara dos Deputados, em parceria com a ABGLT.

Assista a participação de Augusto Chagas no seminário: http://www.youtube.com/watch?v=0GsJJzbai2g&feature=player_embedded



Da Redação

Movimento Estudantil participa da 14ª Parada do Orgulho GLBT em SP


Mais uma vez o movimento estudantil participa da Parada do Orgulho GLBT, que em sua 14ª edição traz como tema "Vote Contra a Homofobia: Defenda a Cidadania!"



Organizada pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de SP, a Parada do Orgulho Gay na capital paulista promete se firmar como o maior evento do gênero no mundo nesta 14ª edição, atraindo mais de 3 milhões de pessoas.

Serão 17 trios elétricos animando a Parada, que pelo quinto ano aborda o tema da homofobia e uma mensagem de que, na hora do voto, temos que escolher representantes que defendam a causa LGBT, que acreditem que direitos devem ser garantidos e a homofobia combatida em todos os âmbitos da sociedade brasileira.

As entidades estudantis UNE, UBES e ANPG levam um bloco de estudantes ao desfile. A concentração será a partir das 9h00 na sede, na avenida Vergueiro, 2485. A marcha sai da avenida Paulista, passa pela rua da Consolação e se encerra na praça Roosevelt.

14ª Parada LGBT: Vote contra a homofobia: defenda a cidadania!
Domingo, 6 de junho de 2010
Horário: A partir do meio dia
Avenida Paulista, São Paulo, SP

Bloco do Movimento Estudantil
Concentração: 10h
Av. Vergueiro, 2485

O diretor GLBT da UNE, Denilson Júnior, afirma que o título da parada já antecipa o tom deste ano, que prega mais politização do movimento GLBT. “Os estudantes terão presença destacada”, afirma e convida a todos. Leia artigo abaixo


Por um amanhecer mais colorido - por Denilsn Júnior

O Movimento lgbt vive hoje um período histórico. Depois de sua 1° Marcha contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT - realizada em Brasília, em 19 de maio -, houve um salto político, e agora com a Parada do Orgulho lgbt no domingo, 6 de junho, sob o tema “Vote Contra a Homofobia, Defenda a Cidadania”, estamos mostrando que o movimento está cada fez mais organizado. Mas ainda há muita luta.

Segundo dados da Secretaria Especial de Diversidade Sexual, no ano passado pelo menos 200 homossexuais foram assassinados em nosso país. Tais dados revelam a realidade de opressão, discriminação e violência a que são submetidos milhares de jovens brasileiros todos os dias nas escolas e universidades, e são apontados como o principal motivo da desistência escolar precoce.

Pesquisa da Unesco, realizada em 2004, mostrou que as escolas não sabem lidar com alunos gays. Há um muro de preconceito. Outro estudo encomendado pela Associação da Parada do Orgulho lgbt de São Paulo traz que 29% dos entrevistados declararam ter sofrido preconceito na universidade. Recentemente um jornal da USP pregou agressão contra homossexuais. Escolas, centros universitários, grêmios e outros locais de sociabilidade estudantil deveriam ser inclusivos e locais igualitários, mas não é o que se vê.

Esses são exemplos explícitos da realidade vivida por pelo menos 10% da população brasileira, ontem e hoje. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais têm sido alvo constantes de violência, física e psicológica. Pouco podemos fazer contra isso, a violência é institucional. Não existem leis federais que criminalizam a homofobia, permitindo que atos como os acima mencionados continuem ocorrendo, norteados por uma cultura intolerante de uns, e pelos fundamentalismos de outros. O fato é que, por mais que falemos de declaração universal de direitos humanos, princípios de Yogyagarta, tratados e protocolos internacionais, a violência tem sido política estrutural e consciente do sistema que governa nosso planeta.

Os mesmos princípios que criam trabalhadores escravos, mulheres vítimas de violência doméstica, racismo explicito, trabalho infantil e fome no mundo também são responsáveis por algo além do analfabeto político. É preciso entender, de uma vez por todas que a discriminação e a violência não são erros ou atos impensados. São eixos de um projeto social, que consegue conceber direitos, mas para poucos. Os poucos que vivem no centro, que não são atingidos pela miséria, pelas crises e pela violência.

Mônica, travesti brutalmente assassinada em Salvador, não vivia no "centro". Assim como milhares de mulheres, operários, negros, estudantes e deficientes físicos. Pixote não estava no centro quando morreu. As 111 vítimas da direita no massacre do Carandiru também não. Eldorado de Carajás sempre esteve longe do centro. O centro está em Copacabana, Jardins, Morumbi, Cambui. E ali habitam os sócios do pequeno clube, homens, brancos, heterossexuais, cristãos, ricos e esteticamente perfeitos, pelo padrão da metrópole.

Nossas relações são marcadas pela opressão, de classe social, gênero, raça e orientação sexual. Enquanto não entendermos isso não haverá avanço, apenas retrocesso. O governo brasileiro deu um primeiro passo nesse sentido, criando o Programa Brasil Sem Homofobia, que tem servido de modelo para diversos outros programas estaduais e municipais.

Infelizmente, para acabar com a homofobia será necessário mais que a criação de Centros de Referência. É preciso coragem para ver que a estrada não termina aí e vai muito além do se que vê; que o problema não está na madeira da porta, mas no alicerce da casa.

Ou desconstruímos esse modelo de sociedade, tencionando cada vez mais a luta de classes, ou seremos apenas um hiato, que não poderá fazer nada além do que uma carta de boas intenções.

É preciso, urgente, definir quem cabe no nosso "todos", como diz nosso colega Beto de Jesus. A travesti pobre, a lésbica negra, o gay afeminado, o menino da Febem e a garota de programa precisam fazer parte do nosso todo.

Assim, a UNE UBES, ANPG, UEE-SP e UPES marcam presença na Parada do Orgulho lgbt de São Paulo neste 6 de junho de 2010, e reafirmam suas principais bandeiras de luta na marcha:

Garantia do Estado laico
Em defesa da educação laica
No âmbito do Poder Executivo: cumprimento do plano nacional lgbt, especialmente nas ações de educação, saúde, segurança e diretos humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações
Do Poder Legislativo: aprovação imediata do PLC (Projeto de Lei da Câmara) n° 122 de 2006, que criminaliza a homofobia.
Do Poder Judiciário: decisão favorável à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 178, pela união estável homoafetiva.
Denilson Junior, diretor LGBT da UNE



Da redação

Contra a homofobia, entidades estudantis tomam a avenida na 14º Parada Gay




Cerca de 3 milhões de pessoas prestigiaram a 14º Parada do Orgulho Gay realizada no último domingo em São Paulo. Ao longo da avenida, entidades estudantis divulgaram a campanha contra a homofobia dentro das escolas e universidades



Domingo, início da tarde. O tom calmo e tranqüilo, que geralmente impera na Avenida Paulista neste dia da semana, deu lugar a uma agitação que fez lembrar: ali é um dos principais centros nervosos de São Paulo. Mas não se assuste. Os escritórios não fizeram hora extra neste final de semana. As gravatas, paletós e semblantes sérios deram lugar às plumas, trios elétricos e ao colorido tradicional do arco íris. Começava a 14º Parada do Orgulho Gay, realizada na capital paulista no último dia 6 de junho, e que arrastou 3 milhões de pessoas, firmando-se mais uma vez como um dos maiores eventos do mundo.

Ao longo da Avenida, público diverso. Turistas, curiosos, famílias, idosos e jovens. Nesta edição, a organização da Parada trouxe para a reflexão do público um tom político, trazendo o tema “Vote contra a homofobia, defenda a cidadania”, mandando um alerta aos parlamentares que compactuam com a homofobia e a criminalização dos homossexuais.

De forma descontraída, os presentes protestaram a todo o momento contra a intolerância e, principalmente, o preconceito sexual. “Através deste tema estamos estimulando as pessoas a votarem em candidatos que, de fato, se preocupem com a comunidade LGBT”, afirmou Alexandre Santos, presidente da Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo.

Aproveitando a proximidade das eleições, o Movimento LGBT também falou sobre a importância da consciência do voto, de forma a escolher o candidato que se comprometa com as questões de interesse do Movimento LGBT. Além disso, trouxeram à tona projetos de lei que estão em tramite na Câmara e no Senado Federal sobre políticas de inclusão, tais como, garantia do estado laico e a defesa da educação laica.

Combater a homofobia dentro das universidades e escolas
As entidades estudantis, como é tradição todos os anos, também foram para a Avenida Paulista engrossar o coro na luta contra a homofobia no país. Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), União brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), a União Estadual dos Estudantes (UEE-SP) e União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) distribuíram adesivos e um manifesto da campanha “Universidade fora do armário – Combater a homofobia dentro das universidades e escolas”.

O diretor LGBT da UNE, Denílson Júnior (foto), conversou com o EstudanteNet sobre a luta travada junto às autoridades para conseguir acabar com possíveis perseguições à comunidade LGBT dentro do âmbito acadêmico. “Estamos com a campanha travando batalha nas universidades e escolas contra a homofobia. Estamos procurando expor aos estudantes a importância de se respeitar o próximo, independente de sua sexualidade”, explicou.

Segundo Denílson, dados divulgados pelo MEC apontam que uma grande parcela de jovens desistem do ambiente acadêmico de forma precoce motivados por atos homofóbicos. “O grande desafio das entidades, em especial a UNE e a UBES, é intensificar os debates sobre a diversidade nas escolas, bem como nas universidades”, afirmou.

“Para acabar com a homofobia será necessário mais que a criação de Centros de Referência. É preciso coragem para ver que a estrada não termina aí e vai muito além do se que vê. O problema não está na madeira da porta, mas no alicerce da casa”, disse Denílson de cima de um dos trios.

Hino versão tecno
Em cada esquina, em cima de cada trio, as 3 milhões de pessoas se reuniram para a maior parada gay do mundo. A multidão começou a se concentrar na região do metrô Brigadeiro por volta das 10h. Neste mesmo horário, todas as ruas que cruzam e circundam a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, trajeto oficial da parada, também foram interditadas. O evento teve início às 12h55 ao som de um inusitado hino nacional em versão tecno.

Os 18 trios elétricos foram posicionados estrategicamente na pista sentido Consolação. Ao longo de toda a avenida, além das cores tradicionais da bandeira símbolo da parada, o verde e o amarelo também imperaram, fazendo alusão aos poucos dias para o início da Copa do Mundo.

Participantes elogiam
Na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, um aglomerado de pessoas acompanhavam, sem piscar, a passagem de um dos trios. Ao canto, uma mulher com sua cadelinha no colo assiste tudo, boquiaberta. Moradora da Rua Haddock Lobo desde a infância, Laura Calmon comenta que é a primeira vez que prestigia o evento. “Considero todos esses movimentos, em especial a parada gay, importantíssimos. Eles legitimam a nossa liberdade de expressão. Todas as questões que envolvem preconceito, pedofilia, homofobia, entre outros, devem acabar. E essas manifestações são ferramentas eficazes no que diz respeito à conscientização”, falou com a reportagem do EstudanteNet a dona de casa de sorrisos nos lábios.

Para Mauro Tavares, que curtia a festa em frente ao vão livre do Masp, participar não é mais novidade. “Essa é a quinta vez que venho à parada. O engraçado é que sempre parece a primeira vez”, brincou. Mauro contou que já sofreu preconceito por assumir sua sexualidade em vários momentos, mas garante não se importar. “O preconceito vem do simples fato de como as pessoas te olham, te julgam e, muitas vezes, te destratam. Mas não tem problema, eu sou mais eu!”, exclamou, com veemência.

Ainda em frente ao Masp, duas senhoras comentam entre si sobre a organização da edição 2010 da parada gay. “Em vista do que era no começo, hoje, dá gosto de ver. Tem até cordão de isolamento nos carros”, comentou uma das senhoras cotovelando sua amiga.

Famosos marcam presença
Assim como em outras edições, várias celebridades estiveram presentes à 14º Parada do Orgulho Gay de São Paulo. Entre eles, Isis Stefanelli (apresentadora do TV Fama, da Rede TV, e ex-BBB); Serginho e Dicesar (representantes da turma dos “coloridos” no BBB 10), além de Sabrina Boing Boing (atriz pornô).


Paulo Tonon

Senado argentino aprova o casamento gay


Para Denílson Júnior, diretor do LGBT da UNE a conquista deste direito significa um
avanço que deve ser repetido em outros países.





A Argentina se tornou na madrugada desta quinta-feira o primeiro país latino-americano a autorizar o casamento homossexual, após um acalorado debate que durou quase 15 horas no Senado e refletiu a profunda divisão política e social que vive o país. O projeto de lei impulsionado pelo governo de Cristina Fernández Kirchner foi aprovado por 33 senadores, com 27 votos contra e três abstenções, em sessão classificada como "histórica" pela imprensa local.
Durante a votação, milhares de pessoas se manifestaram em frente ao Congresso a favor e contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em mais de seis horas de debate na Câmara Alta, dezenas de senadores expuseram suas opiniões sobre o projeto de lei impulsionado pelo governo para legalizar a união homossexual.

Cartazes gigantescos com palavras de ordem como "Só homem e mulher" ou "Eu quero um papai e uma mamãe" estavam nas mãos de grupos contrários ao casamento homossexual, que carregam imagens religiosas e rezavam com terço na mão para pedir a rejeição da proposta governamental. Ao lado, grupos de defesa dos direitos humanos e coletivos homossexuais reivindicam o casamento entre pessoas do mesmo sexo com palavras como "Tirem a batina" e "Tirem seus rosários de nossos ovários", apoiados por organizações governistas.

A lei "representaria o reconhecimento de todos os direitos que implica o casamento e também o acesso à igualdade perante a lei, que é uma ferramenta indispensável para conseguir a igualdade social", sustentou a titular da Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais da Argentina (FALGBT), María Rachid.

Já Jorge Vertín, um dos manifestantes contra o casamento homossexual, está convencido de que "é um pensamento universal que só um homem e uma mulher podem casar. O casamento entre pessoas do mesmo sexo se trata de uma conduta desviada e que perverte a ordem natural", afirma.
Comentários semelhantes foram ouvidos no Senado argentino, como o da senadora Sonia Escudero que, apesar de governista, rejeita o casamento homossexual por considerar que "a relação homem-mulher é fértil, a relação homossexual é estéril, e como é diferente é preciso dar-lhe uma regulação diferente".

No extremo oposto, Luis Juez, da opositora Frente Cívica, optou por apoiar ao governo porque, embora se apresente como "cristão", entende que "nem na Bíblia há um parágrafo onde Cristo fosse contra os homossexuais" e aposta por centrar o debate na modificação do código civil, "uma instituição laica, em um país laico". O também opositor Arturo Vera, no entanto, diz não aceitar que "a união de heterossexuais e a de homossexuais seja a mesma coisa".Apenas quatro cidades argentinas admitiam a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Desde dezembro, pelo menos oito casais homossexuais se casaram no país mediante recursos
judiciais, mas alguns enlaces foram posteriormente cancelados.

A Lei de União Civil da cidade de Buenos Aires, aprovada no final de 2002, foi o primeiro antecedente no país e o primeiro reconhecimento dos casais homossexuais na América Latina.

No mundo
A Argentina não é o único país que aprova a união gay. Outras 9 nações, a maioria européia, já incluíram em suas legislações este direito para a população. São elas: Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, Canadá, África do Sul e Islândia. Este último sendo o único país a ter um chefe de Estado, a premiê social-democrata Johanna Sigurdadottir, assumidamente homossexual.

Porém, a homofobia ainda existe e cerca de 80 países consideram o homossexualismo um ato “imoral e criminoso”. As penalidades para o relacionamento de pessoas do mesmo sexo variam entre execução de trabalhos considerados pesados, multas, prisões (que em alguns lugares atingem a perpétua) e em outros mais radicais a pena de morte. É o caso do Irã, Mauritânia, na Arábia Saudita, no Sudão, no Iêmen e em determinadas regiões da Nigéria e da Somália - todos eles países onde a religião predominante é muçulmana.

Na Guiana, país fronteira com o norte do Brasil, o homem homossexual pode receber a pena de prisão perpétua. Já para a união de mulheres não há qualquer sanção.

No Brasil
No Brasil, a homossexualidade é legal desde 1831, ou seja, somos o primeiro país da América do Sul a não condenar legalmente atos homossexuais, seguido por Paraguai (1880) e Argentina (1887), além de possuir proibição constitucional contra a discriminação com base na orientação sexual.

Em algumas cidades do país como o Rio Grande do Sul, os casais do mesmo sexo têm parte dos direitos decorrentes do casamento e em São Paulo a adoção conjunta por casais homossexuais é legal. Conquistas essas alcançadas através de grupos que discutem e defendem os direitos. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) promoveu uma campanha contra a homofobia, chamando a atenção para Projetos de Leis favoráveis à causa que ainda tramitam no Congresso Nacional, como a legalização do casamento homossexual.

Em entrevista para o EstudanteNet, Denílson Júnior, diretor do LGBT da UNE, acredita que o direito conquistado pela Argentina, nosso país vizinho, é uma vitória para todos nós. “Parabenizamos as entidades do movimento LGBT da Argentina. Esperamos que o Brasil avance nessa questão e outros países também que ainda adotam a pena de morte para homossexuais. Gostaríamos que a medida sensibilizasse nossos governantes para que a lei seja aprovada aqui”.

Da Redação e Terra

Por um amanhecer mais colorido - por Denilson Júnior


O Movimento LGBT vive hoje um período histórico. Depois de sua 1° Marcha contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT - realizada em Brasília, em 19 de maio -, houve um salto político, e agora com a Parada do Orgulho lgbt no domingo, 6 de junho, sob o tema “Vote Contra a Homofobia, Defenda a Cidadania”, estamos mostrando que o movimento está cada fez mais organizado. Mas ainda há muita luta.

Segundo dados da Secretaria Especial de Diversidade Sexual, no ano passado pelo menos 200 homossexuais foram assassinados em nosso país. Tais dados revelam a realidade de opressão, discriminação e violência a que são submetidos milhares de jovens brasileiros todos os dias nas escolas e universidades, e são apontados como o principal motivo da desistência escolar precoce.

Pesquisa da Unesco, realizada em 2004, mostrou que as escolas não sabem lidar com alunos gays. Há um muro de preconceito. Outro estudo encomendado pela Associação da Parada do Orgulho lgbt de São Paulo traz que 29% dos entrevistados declararam ter sofrido preconceito na universidade. Recentemente um jornal da USP pregou agressão contra homossexuais. Escolas, centros universitários, grêmios e outros locais de sociabilidade estudantil deveriam ser inclusivos e locais igualitários, mas não é o que se vê.

Esses são exemplos explícitos da realidade vivida por pelo menos 10% da população brasileira, ontem e hoje. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais têm sido alvo constantes de violência, física e psicológica. Pouco podemos fazer contra isso, a violência é institucional. Não existem leis federais que criminalizam a homofobia, permitindo que atos como os acima mencionados continuem ocorrendo, norteados por uma cultura intolerante de uns, e pelos fundamentalismos de outros. O fato é que, por mais que falemos de declaração universal de direitos humanos, princípios de Yogyagarta, tratados e protocolos internacionais, a violência tem sido política estrutural e consciente do sistema que governa nosso planeta.

Os mesmos princípios que criam trabalhadores escravos, mulheres vítimas de violência doméstica, racismo explicito, trabalho infantil e fome no mundo também são responsáveis por algo além do analfabeto político. É preciso entender, de uma vez por todas que a discriminação e a violência não são erros ou atos impensados. São eixos de um projeto social, que consegue conceber direitos, mas para poucos. Os poucos que vivem no centro, que não são atingidos pela miséria, pelas crises e pela violência.

Mônica, travesti brutalmente assassinada em Salvador, não vivia no "centro". Assim como milhares de mulheres, operários, negros, estudantes e deficientes físicos. Pixote não estava no centro quando morreu. As 111 vítimas da direita no massacre do Carandiru também não. Eldorado de Carajás sempre esteve longe do centro. O centro está em Copacabana, Jardins, Morumbi, Cambui. E ali habitam os sócios do pequeno clube, homens, brancos, heterossexuais, cristãos, ricos e esteticamente perfeitos, pelo padrão da metrópole.

Nossas relações são marcadas pela opressão, de classe social, gênero, raça e orientação sexual. Enquanto não entendermos isso não haverá avanço, apenas retrocesso. O governo brasileiro deu um primeiro passo nesse sentido, criando o Programa Brasil Sem Homofobia, que tem servido de modelo para diversos outros programas estaduais e municipais.

Infelizmente, para acabar com a homofobia será necessário mais que a criação de Centros de Referência. É preciso coragem para ver que a estrada não termina aí e vai muito além do se que vê; que o problema não está na madeira da porta, mas no alicerce da casa.

Ou desconstruímos esse modelo de sociedade, tencionando cada vez mais a luta de classes, ou seremos apenas um hiato, que não poderá fazer nada além do que uma carta de boas intenções.

É preciso, urgente, definir quem cabe no nosso "todos", como diz nosso colega Beto de Jesus. A travesti pobre, a lésbica negra, o gay afeminado, o menino da Febem e a garota de programa precisam fazer parte do nosso todo.

Assim, a UNE UBES, ANPG, UEE-SP e UPES marcam presença na Parada do Orgulho lgbt de São Paulo neste 6 de junho de 2010, e reafirmam suas principais bandeiras de luta na marcha:

Garantia do Estado laico
Em defesa da educação laica
No âmbito do Poder Executivo: cumprimento do plano nacional lgbt, especialmente nas ações de educação, saúde, segurança e diretos humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações
Do Poder Legislativo: aprovação imediata do PLC (Projeto de Lei da Câmara) n° 122 de 2006, que criminaliza a homofobia.
Do Poder Judiciário: decisão favorável à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 178, pela união estável homoafetiva.









Denilson Junior, diretor LGBT da UNE

sexta-feira, 12 de março de 2010

Marcha lgbt


Plenária na Apeoesp, no dia 19, às 15h, organiza Marcha LGBT a Brasília
12/03/2010

CONVOCATÓRIA DA PLENÁRIA DE SÃO PAULOPARA ORGANIZAÇÃO DA MARCHA LGBT A BRASÍLIA

A Comissão Executiva do Fórum Paulista LGBT, instância que reúne cerca de 30 entidades e centenas de ativistas independentes de diversas regiões do Estado de Sao Paulo, que existe e funciona ininterruptamente desde 1999 como espaço de articulação horizontal da militância voltada à mobilização social pelo avanço dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, tranvestis e transexuais, CONVOCA A TODOS OS GRUPOS E ATIVISTAS a participar da Plenaria Estadual que organizará a I MARCHA LGBT À BRASÍLIA, que acontecerá em 19 de maio de 2010, em sintonia e colaboração com ABGLT e aliados/as, conforme Manifesto abaixo.

DATA: 11 DE ABRIL DE 2010

HORÁRIO: 15h (*)

LOCAL: APEOESP - PÇA DA REPÚBLICA, 282 (a confirmar)

Contato e mais informações:

Lula Ramires - lularamires@terra.com.br - (11) 7171 5055

Carla Machado - carlamachadosp@gmail.com (11) 9537 4156

Phamela Godoy - phamelagodoy@gmail.com (16) 9601 0564

Anselmo (Theo) Figueiredo - afigueiredo@gmail.com (19) 9746 6692

A Comissão Executiva do Fórum Paulista LGBTem 11 de março de 2010Obs. (*) Das 10h às 15h, será realizada a reunião mensal ordinária do Fórum Paulista LGBT.

Manifesto

A Direção da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas , Bissexuais, Travestis e Transexuais ABGLT, reunida em 02 de março de 2010, resolveu convocar todas as pessoas ativistas de suas 250x Ongs afiliadas para a I Marcha Nacional contra a Homofobia, a ser r realizada na cidade de Brasília, Distrito federal, em 19 de maio de 2010, com concentração às 9 Horas, no gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral metropolitana de Brasília.

Em 17 de maio é comemorado em todo o mundo o dia Mundial contra a Homofobia (òdio,agressão, violencia contra Lésbicas, Gays, Bissexuais , Travestis e Transexuais – LGBT). A data é uma vitória do Movimento que conseguiu retirar da Organização Mundial de Saúde a Homossexualidade como código internacional de doenças.

No Brasil , todos os dias , 20 milhões de brasileiras e brasileiros assumidamente lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais -LGBT tem violados os seus direitos humanos, civis , economicos, sociais e políticos. “Religiosos” fundamentalistas, utilizam-se dos Meios de Comunicação públicos, das Camaras Municipais, Assembléias Lesgislativas, Camara Federal e Senado para pregar o ódio aos cidadãos e cidadãs LGBT e impedir que o artigo 5 da Constituição federal ( “todos são iguais perante a lei ) seja estendido aos milhões de LGBT do Brasil. Sem Nenhum respeito ao Estado Laico, os fundamentalistas religiosos, utilizam-se de recursos e espaços públicos ( Escolas, Unidades de Saúde, Secretarias de Governo, Praças e Avenidas Públicas, Auditórios do legislativo, executivo e judiciário) para humilhar, atacar, e pregar todo seu ódio contra cidadãos e cidadãs LGBT.

O resultado desse ataque dos Fundamentalistas religiosos tem sido:

*O assassinato de um LGBT a cada dois no Brasil (dados do GGB) por conta de sua orientação sexual (Bi ou Homossexual) ou identidade de genero (Travestis ou Transexuais)

•O Congresso Nacional não aprova nenhuma lei que garanta a igualdade de direitos entre cidadãos Heterossexuais e Homossexuais no Brasil.
•O STF não julga favorável as Ações de Descumprimento de Preceitos Constitucionais que favoreçam a igualdade de direitos no Brasil.
•O Executivo Federal não cumpre com o Plano Nacional de Direitos Humanos LGBT
•Centenas de adolescentes e jovens LGBT são expulsos diariamente de suas casas
•Milhares de LGBT são demitidos ou perseguidos no Trabalho por discriminação sexual
•Travestis, Transexuais, Gays e Lésbicas abandonam as escolas por falta de uma política de respeito a diversidade sexual nas Escolas Brasileiras
•O orçamento da União, estados e Municípios, nada ou pouco contemplam de recursos para ações e políticas públicas LGBT.
•O Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais se recusam a pactuar e colocar em pratica a Política Integral da Saúde LGBT.
•As Secretarias de Justiça, Segurança Pública, Direitos Humanos e Guardas-Municipais não possuem uma política permanente de respeito ao público vulnerável LGBT, agredindo nossa comunidade, não apurando os crimes de homicidios e latrocinios contra LGBT e nem prendendo Seguranças particulares que espancam e expulsam LGBT de Festas, Shoppings, e Comércio em Geral.
A I Marcha LGBT exige das autoridades Públicas Brasileiras :

Garantia do Estado Laico

Combate ao Fundamentalismo Religioso.

Executivo: Cumprimento do Plano Nacional LGBT, especialmente nas ações de Educação, Saude, Segurança e Direitos Humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações.

Legislativo: Aprovação imediata dos PlC 122 ( Combate a Homofobia ) .

Judiciário : Decisão Favorável a ADPF da União Estável

Viva a I Marcha LGBT contra a Homofobia no Brasil.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Toni Reis é reeleito presidente da ABGLT; Leia entrevista




Por volta das 20h30 desta terça-feira (26/01) foi realizada em Curitiba a eleição da nova diretoria executiva da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (ABGLT), a qual reelegeu Toni Reis como seu presidente.

A eleição que se deu durante a Pré-conferência da ILGA - LAC (Encontro Internacional de Gays e Lésbicas - América Latina e Caribe, em português) e ocorreu sem controvérsias, elegeu, além de seu presidente, os outros cargos da executiva para o triênio 2010 - 2013. São eles: Vice-presidente lésbica, Yone Lindgreen; Secretária Geral, Irina Bacci; Vice-presidente trans, Keila Simpson e, para a Secretaria de Direitos Humanos, Tatiana Araújo.

Na entrevista que você confere a seguir, Toni Reis, presidente reeleito, assume com muita franqueza que a questão do legislativo é uma pauta que deve ser fortalecida. Porém, acredita que a sua gestão abriu novas portas para o movimento gay nacional.

A respeito das eleições presidenciais, Toni acredita que todos os pré-candidatos não representam um retrocesso a vista, mas com ressalvas a candidata Marina Silva (PV), pois, esta contém fortes ligações com setores religiosos. Confira a seguir a entrevista

O que esperar do seu novo mandato?
Nós temos muitas coisas para fazer. Com o primeiro mandato acredito que nós abrimos muitas portas. Mas nós precisamos de uma lei aprovada, e a ABGLT está esperando por isso; nós precisamos que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre nossos direitos e que o Plano Nacional para Políticas Públicas saia do papel. Se essas duas coisas acontecerem, eu entrego o próximo mandato, pois não posso mais me candidatar, de alma lavada.

O que você não conseguiu realizar na sua primeira gestão e gostaria de fazer agora?
A questão do legislativo. Nós acreditamos que seria fácil a aprovação do PLC 122 (projeto de lei que criminaliza a homofobia em todo território brasileiro) e infelizmente nós não conseguimos. Nós nos mobilizamos, mas não tínhamos força para enfrentar o fundamentalismo religioso.

Você disse que o atual governo "tem as portas abertas". Acredita que, caso o próximo governo eleito seja de outra linha, esse dialogo possa mudar?
Enquanto movimento social nós temos que ser pluripartidários. Eu sou totalmente contra partidarizar o movimento. Temos que ter todas as nuances partidárias: desde a extrema esquerda a direita que não seja nazista. Temos que ter limite de concessão.

Vocês pensam em chamar os candidatos a presidência da republica a assinarem compromissos LGBT publicamente?
Com certeza. Isso já foi discutido na diretoria anterior e iremos mandar cartas a todos presidenciáveis para que assinem cartas de compromissos; vamos incentivar que LGBTs se candidatem... Nós precisamos sair do noticiário polícia para entrar na política. Mas não basta ser LGBT e se candidatar, a pessoa tem que ter conteúdo e histórico.

Com os pré-candidatos a presidência da república que nós temos, você acredita que existe algum risco de retrocesso nas questões gays?
Pelos perfis, eu acho que nós estamos bem. Na candidata Dilma vejo aquela que se aproxima mais dos ideais do presidente Lula e no governo dele nós tivemos realmente as portas escancaradas para a questão LGBT, portanto vejo a Dilma como ótima candidata para nós; vejo, pelas posturas que o governador José Serra (PSDB-SP) teve em seus discursos na parada - que eu presenciei - e pelas posições dele, com certeza é uma pessoa que vai respeitar os nossos direitos; a Marina Silva (PV-AC) nunca se posicionou favorável, mas nunca se posicionou contra e ela tem uma tradição de esquerda que é de apoiar. A grande questão é que ela tem um cunho religioso, então, esse diálogo (direitos gays) pode ser difícil.